A Cistatina C é uma proteína não glicosilada, de baixo peso molecular (13 Kda) produzida de forma contínua e estável por todas as células nucleadas. É filtrada livremente pelo glomérulo renal, sendo, a seguir, reabsorvida e catabolizada pelas células do túbulo proximal. Assim, sua concentração sérica dependerá quase que exclusivamente da capacidade de filtração glomerular. Ao contrário da uréia e creatinina, sua concentração independe da massa muscular, do sexo ou da alimentação. Vários estudos clínicos atestam a maior sensibilidade e especificidade da Cistatina C em comparação à creatinina sérica. Indicações: A menor variabilidade nas determinações sanguíneas da cistatina C, sua meia-vida mais curta e o seu menor volume de distribuição tornam a cistatina C um marcador de função glomerularcom maior sensibilidade para detectar diminuições leves da TFG na DRC do que a creatinina e outras moléculas de baixo peso molecular. Interpretação clínica: Não existem diferenças relevantes nos valores de referência de cistatina C entre homens e mulheres e as medidas mais elevadas observadas nos idosos se relacionam à diminuição da função renal. A performance da cistatina C como marcador de filtração glomerular tem sido avaliada em diferentes populações de pacientes tais como portadores de diabetes mellitus tipo 2, DRC não diabética leve e moderada, receptores de transplante renal, portadores de doença hepática grave e mulheres grávidas com pré eclampsia. Hipertireoidismo não tratado se associa com leve aumento e o hipotireoidismo com leve redução dos seus níveis sanguíneos. Sugestão de leitura complementar: Gabriel IC, Nishida SK, Kirsztajn GM. Cistatina C sérica: uma alternativa prática para avaliação de função renal? J Bras Nefrol 2011;33(2):261-7. Prates AB, Amaral FB, Vacaro MZ, et al. Avaliação da filtração glomerular através da medida da cistatina C sérica: J Bras Nefrol 2007; 29(1):48-55.